domingo, 16 de outubro de 2016

A VIZINHANÇA E O REI ...


Fiquei sempre com a ideia de que Roberto Carlos serve de inspiração a casamentos, nunca a relações safadas, menos longas ou comprometidas, ele é símbolo dos que perduram e cuidam de filhos e netos. Como se viesse, efectivamente de dentro da Bíblia. Um cantor para famílias convencionais e, sobretudo, esposas arrumadeiras.
À minha vizinha, eu sei, dá-lhe alegria da primavera porque vêm os filhos, a irmã, sei lá quem mais, do estrangeiro. Hão de voltar em breve para dar abraços e ter pena. E, para aprender a pena, já ouve Roberto carlos, essa quase insuportável tristeza que pertenceu a quase todas as infâncias e de que não nos livramos, por mais Brahms que entornemos orelhas adentro. É o tempo dos emigrantes  chegando, como se fosse um tempo dos antigos de volta. O mesmo tempo outra vez. Para fazer de conta que não se perdeu nada, sobretudo, para fazer de conta que não se perdeu ninguém ....


Valter Hugo Mãe
em JL

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