domingo, 20 de novembro de 2016

ARTE IMINENTE


A arte, tem como papel, expor os tempos em que vivemos, questionar, reivindicar.
Ao mesmo tempo integrar, puxar pelo pensamento, criar impacto e gerar uma oferta social
e cultural que no final promove os artistas, as cidades e o país.
O Que faço envolve sempre a cidade e tenta levantar questões ligadas à natureza
das sociedades urbanas contemporâneas.
É produzido com o objectivo de criar um diálogo entre várias partes ...

VHILS
em Trinta Dias " Oeiras "

sábado, 19 de novembro de 2016

PRO MEMÓRIA



Há livros que nos marcam para a vida. Falam de mundos muito diferentes daquele que vivemos mas, estranhamente, falam, sobretudo, de nós e daquilo que nos devora.
Falam até mais profundamente de nós do que outros que, aparentemente, nos estão, geográfica e linguisticamente, mais próximos.
Todos os bons livros são semelhantes, na medida em que são mais verdadeiros do que se tivessem realmente acontecido e, depois de os termos acabado de ler, sentimos que tudo aquilo nos aconteceu a nós e, mais tarde, tudo isso nos pertencerá. " Os grandes livros, por outras palavras, apropriaram-se, antecipadamente, de nós, para que possamos, ulteriormente, apropriarmo-nos nós deles.
Somos a substância deles e eles são a nossa substância. As grandes narrativas dão-nos tudo, mas dão-nos, acima de tudo, uma imensa felicidade ...

Eugénio Lisboa
em JL

OS FANTASMAS






Costumava adormecer a escutar os fantasmas sob a cama. prestava atenção àquele silêncio nervoso que o escuro trazia.
Os fantasmas eram modos de sujar a límpida existência de algumas crianças. Precisava de adormecer para me salvar da noite. Era urgente não demorar a pensar, a lembrar, a rezar, a escutar. Creio que aprendi a dormir imediatamente, como numa defesa que garantiria a idade adulta.
Hoje por sinal, durmo no segundo em que decido dormir. Poucas vezes me falha.
Por diferença com a infância, estes fantasmas não me aguardam apenas à noite ou no escuro, estão no mais estreito dos gestos, tempo nenhum me curará o medo de errar e de estar culpado nos erros que me impedem de ser feliz, há um momento em julgo que somos responsáveis pela nossa tristeza.
É  como desistir devagar, tão devagar que não admitiríamos nunca estarmos a desistir.
Quero ser um homem de moral mas não um moralista, talvez a terrível morte fosse apenas uma oportunidade para a manifestação da última e mais insuportável beleza.
Ainda estou para descobrir.

Valter Hugo Mãe
em JL    

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

OBRIGADO




Hoje li e partilhei nas redes sociais, Um bom livro não termina, se esconde dentro de nós, pois neste mesmo dia escondi mais uma grande obra dentro de mim, de um escritor que estou cada vez mais rendido à sua escrita, as suas magnificas histórias, palavras, colóquios, e pensamentos, Mia Couto, se escondeu dentro de mim, com este enorme romance sobre " vila Cacimba " os Homens as mulheres e tudo o que os rodeia, não só nesta terra, em todas, O amor ou falta dele, a saúde ou a sua falta, a partilha e gosto ou a inveja e a sede de vingança, a mentira, do diz que disse toma tamanhos muito reais, do que acontece quando ouvimos somente o que queremos, tirando partido da melhor perspectiva da elevação do nosso ser.
Adoro como Mia brinca com os velhos dizeres, ditados sábios, que ditos de outra forma no contexto do livro parecem ainda mais certeiros, todas as personagens são maiores que elas próprias representando uma infinita quantidade de seres semelhantes, desde " Sidónio rosa, Deolinda, os Sozinhos, Suacelência e sua Esposinha", todos polvos de muitos outros nomes ...
Citando :
- " A zanga é nossa jura de amor;

 Tens medo de fazer amor comigo ?
- Tenho - Respondeu ele.
- Por ser preta ?
- Tu não és preta.
- Aqui, sou.
- Não, não é por seres preta que eu tenho medo.
- Tens medo que eu esteja doente ...
- Sei prevenir-me.
É porquê, então ?
- Tenho medo de não regressar. Não regressar de ti.

Flores brancas, são beijos-da-mulata, as flores do esquecimento, plantam-se junto aos cemitérios para que os mortos se esqueçam e que, em algum momento, foram viventes. "

Mia Couto


Obrigado, Venenos de DEUS remédios do Diabo já vive escondido comigo, assim como jesusalém.

 

Alberto Pimenta



Será que entendo bem ?
não terei ouvido mal ?
ou será que ouvi bem
e então entendi mal ?

Não será " da morte " ?

E a resposta não se faz esperar :

Isso é depois,
Primeiro é sempre o ouro.
Depois é que é o euro
e então a morte.

sábado, 12 de novembro de 2016

LEONARD COHEN 1934 - 2016


Mais uma voz única que se despede de nós, mas com a certeza absoluta a sua musica irá estar entre nós sempre, para sempre, boa viagem, por certo na tua nova morada já estarás a espalhar charme fazendo vénias tirando o chapéu, com o teu fato negro e a tua maneira própria, Waiting  for a miracle ...


https://www.youtube.com/watch?v=m8X6WA02e8Q