quinta-feira, 14 de julho de 2016

Pablo Neruda


Morre lentamente 
quem se transforma em escravo do hábito, 
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca 
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. 
Morre lentamente 
quem faz da televisão o seu guru. 
Morre lentamente 
quem evita uma paixão, 
quem prefere o negro sobre o branco 
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, 
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, 
sorrisos dos bocejos, 
corações aos tropeços e sentimentos. 
Morre lentamente 
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, 
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, 
quem não se permite pelo menos uma vez na vida, 
fugir dos conselhos sensatos. 
Morre lentamente 
quem não viaja, 
quem não lê, 
quem não ouve música, 
quem não encontra graça em si mesmo. 
Morre lentamente 
quem destrói o seu amor-próprio, 
quem não se deixa ajudar. 
Morre lentamente, 
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte 
ou da chuva incessante. 
Morre lentamente, 
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, 
não pergunta sobre um assunto que desconhece 
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. 

Evitemos a morte em doses suaves, 
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior 
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos 
um estágio esplêndido de felicidade.

terça-feira, 5 de julho de 2016




Foto de : Sérgio Godset Godinho





"Quando você perceber que, para produzir, precisa de obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais do que pelo trabalho e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você;
quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que a sua sociedade está condenada".


Ayn Rand