terça-feira, 29 de abril de 2014

VASCO GRAÇA MOURA 1942 - 2014

Poeta, ensaísta e político social-democrata Vasco Graça Moura morreu na manhã deste domingo no Hospital da Luz em Lisboa, após uma longa e estóica luta contra o cancro, confirmou o PÚBLICO junto de fonte próxima da família. Tinha 72 anos.
Mesmo na sua fase terminal, a doença não o impediu de desempenhar, quase até aos últimos dia de vida, as suas funções de presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), nem de continuar a escrever e publicar livros e de enviar as suas crónicas semanais para o Diário de Notícias.
O corpo de Vasco Graça Moura estará a partir das 19h de domingo na Basílica da Estrela, em Lisboa. Na segunda-feira, ficará todo o dia em câmara ardente, estando prevista uma homenagem pública às 21h, com música de Bach e fado. Na terça-feira, será rezada uma missa pelo padre Tolentino Mendonça, às 10h, seguindo o corpo para o Cemitério dos Olivais, onde será cremado. As cinzas irão depois para o Porto, onde nasceu.
Homenageado no final de Janeiro pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada, a culminar o colóquio que a Fundação Gulbenkian lhe dedicou, Vasco Graça Moura era uma figura de características únicas na cultura portuguesa actual.
Poeta e tradutor de grandes poetas, romancista, ensaísta, dramaturgo, cronista, antologiador, historiador honoris causa, advogado, político, gestor cultural – e podiam acrescentar-se várias outras actividades –, Graça Moura foi um improvável espírito renascentista encarnado neste presente um pouco caótico de mais para o seu assumido gosto pela ordem e pela disciplina. Mesmo que nos fiquemos pela sua obra literária em sentido lato, seria talvez preciso recuarmos a um Jorge de Sena para encontrarmos um antecessor convincente da diversidade, qualidade e intensidade do seu trabalho criativo e intelectual.
Autor de quase 30 livros de poemas, de Modo Mudando (1963) a O Caderno da Casa das Nuvens (2010), foi ainda um tradutor épico, que parecia ter particular prazer em impor-se desafios colossais, como o de verter em português a Divina Comédia e a Vita Nuova de Dante, ou as Rimas e Triunfosde Petrarca, ou os Testamentos de François Villon, ou ainda a integral dosSonetos de Shakespeare.
Escolhas que certamente coincidem com as suas paixões pessoais de leitor, mas às quais também não terá sido alheio um certo sentido de missão: Graça Moura empenhou-se, como tradutor, em enriquecer o património literário disponível em língua portuguesa, como se esforçou, enquanto responsável da Imprensa Nacional/Casa da Moeda (IN/CM), que dirigiu ao longo de toda a década de 1980, por combater o progressivo esquecimento dos grandes autores portugueses do passado. 
Traduzindo directamente do espanhol, do francês, do italiano, do inglês e do alemão, traduziu, além dos autores já referidos, extensas escolhas de poetas como Pierre Ronsard, Rainer Maria Rilke, Gottfried Benn, Walter Benjamin, Federico García Lorca, Jaime Sabines, H. M. Enzensberger ou Seamus Heaney, e ofereceu-nos ainda versões portuguesas de algumas das peças mais importantes dos três grandes dramaturgos franceses do século XVII: Corneille, Molière e Racine. 
Prémio Pessoa em 1995
É por estas duas dimensões, a de poeta e a de tradutor, que é mais reconhecido, e foram elas que lhe valeram as principais distinções atribuídas à sua obra, a começar pelo Prémio Pessoa, em 1995, e incluindo a criteriosa Coroa de Ouro do Festival de Struga, na Macedónia, que recebeu em 2004 – entre os vencedores das três edições anteriores contam-se dois prémios Nobel: Tomas Tranströmer e Seamus Heaney – e o Prémio Nacional de Tradução atribuído em 2007 pelo Ministério da Cultura italiano. 
Mas outras dimensões da obra de Graça Moura, como a ficção ou o ensaísmo, estão longe de ser negligenciáveis. Se títulos como Luís de Camões, Alguns Desafios (1980), Camões e a Divina Proporção (1985) ou Os Penhascos e a Serpente (1987) lhe dão um lugar de indiscutível relevo entre os camonistas contemporâneos, os seus ensaios abarcam temas tão variados como os Descobrimentos, a pintura portuguesa da Renascença, a construção da identidade cultural europeia, o fado, a pintura de José Rodrigues ou Graça Morais, a literatura de David Mourão-Ferreira ou Vitorino Nemésio, para citar apenas uma breve amostra. À qual não se pode deixar de somar o tópico do Acordo Ortográfico, que considerava um crime de lesa-língua, e ao qual dedicou, em 2008, o ensaio Acordo Ortográfico: a Perspectiva do Desastre. Tentar travar a sua aplicação tornou-se o grande combate cívico dos seus últimos anos.

BAZARUCA DOENTE



Parece mentira, mas mesmo com febre este miúdo continua a sorrir e com vontade de querer ganhar o dia, AMO-TE muito meu filho o pai vai estar sempre aqui por ti para ti SEMPRE ...
A PROTEGER ESTA FAMÍLIA

domingo, 20 de abril de 2014

Gabriel García Márquez (1927-2014).

O escritor colombiano e prémio Nobel da Literatura Gabriel García Márquez morreu, quinta-feira, na Cidade do México, aos 87 anos.
O escritor morreu em casa, com sua mulher e os dois filhos a seu lado, informou no Twitter o apresentador da televisão Televisa, Joaquim Lopez-Doriga.
No início de abril, Márquez esteve internado durante uma semana num hospital privado da Cidade do México devido a uma pneumonia, e regressou a casa a 8 de abril. De acordo com a família, encontrava-se nos últimos dias "num estado de saúde muito frágil" e com "risco de complicações".
Gabriel García Márquez, de 87 anos,distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 1982, que morreu, esta quinta-feira, na Cidade do México, não publicava desde 2010, quando foi dado à estampa "Yo no vengo a decir un discurso" ("Eu não venho dizer um discurso").
O autor de "Cem anos de solidão", que os amigos tratavam por "Gabo", tinha anunciado em 2009 que se retirava, e o livro publicado no ano seguinte, reuniu apenas material disperso das suas alocuções em público, as quais iniciava invariavelmente com a frase "Eu não venho dizer [fazer] um discurso", informou na altura a editora Mondadori.

Em 2012, o seu irmão Jaime García Marquez dava conta de que lhe tinha sido diagnosticada uma demência, que perdera a memória e que o autor de "Cem anos de solidão" não voltaria a escrever.

PÚBLICO

Os grandes jamais morrem, nunca mais fui o mesmo depois de ler o " cem anos de solidão ", livro emprestado por um amigo, que mudou muito a minha vida, escrita, forma de pensar.
Tuas palavras são eternas para os teus leitores/admiradores, isto é ser IMORTAL ...


Pepedrópo

domingo, 13 de abril de 2014



Nunca te dês por vencido;
A tua força é a luz
que te ilumina, bate-te
sempre pela verdade
que com ela a justiça reinará
eternamente, desconhecendo
de onde brota este ar poluído,
mas de peito aberto
caminha-se de forma precisa
contra a multidão ...


Pepedrópo



Coloca uma palavra no vale da minha nudez
e planta florestas de ambos os lados
para que a minha boca
fique toda à sombra ...

Ingeborg bachemann

quarta-feira, 2 de abril de 2014




https://www.youtube.com/watch?v=0J_fjFEELnc