quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ABRIL NO MUNDO

Quando falamos de ABRIL importa sempre mais o dia de hoje do que qualquer efeméride
saudosista.
Importa efetivamente saber a que distância estamos da decência esperada, tão ansiada, e o que estamos a fazer para garantir que ela ainda se alcance.
A glória de ABRIL só pode ser destruída pela incúria dos imbecis. Apenas quem não entende o mais elementar da vida pode desentender a conquista da democracia e toda a a aspiração à liberdade e à igualdade. É a imbecilidade, para não dizer crime, que destrói o estado de direito social, não é a economia. A economia tem de ser um instrumento, não pode ser um fim. A democracia tem de ser um fim, não pode ser um instrumento. O levantamento da humanidade acima da miséria material e espiritual e do abandono tem de ser o centro de todas as coisas.
Sabemos bem que a arte, para o criador e para quem dela usufrui, é a forma de implicação. Ela procura a incapacidade à indiferença. Ela impede a indiferença.

Valter Hugo Mãe
JL

ECOLOGIA

A democracia é também um processo de aprendizagem colectivo.
A opinião não é, como algumas interpretações radicais do platonismo sustentam, o oposto do conhecimento, mas um campo de batalha de argumentos e  emoções, que o podem favorecer.
Sobretudo se o que está em causa é mudar as raízes do modo como habitamos o mundo.

Viriato Soromenho Marques
JL

MIA COUTO

Entre a prosa e o verso , o incêndio ...

Terceiro Mundo

Chegou a dádiva.
Pairou a dúvida.
Cresceu a dívida.

Carpintaria

Troco nervo
por nervura.

Destroco
corpo
por madeira.

O sangue,
vegetal,
em seiva
ascende até ser pétala.

No latejar da gota
vou
de árvore
para tábua.

Vagas e Lumes

Há quem se deite
em fogo
para morrer.

Pois eu sou
como o vagalume.
- Só existo
quando me incendeio.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O RETORNO


EU
Pepedrópo
Para mim desde já um muito obrigado, por tudo, pela sensibilidade, pelo forma mágica de contar como foi, mesmo que romanceado, brilhante, O RETORNO, fala de mim, indirectamente, fala de milhares de pessoas que se viram perdidas, expulsas da terra onde constituíram família, e rejeitadas ao regressar à terra onde nasceram...
Obrigado, cada vez tenho mais a certeza que as palavras existem na vida para me salvar, para elevarem a minha existência para um local onde tudo faz sentido ...
Recomendo a todos o livro, mais aos que percebem e viveram na pele a história que o romance retrata, termino com uma pequena frase do livro:

EU ESTIVE AQUI ...


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o Ensino Secundário como
sugestão de leitura.
Também recomendado para a Formação de Adultos,
como sugestão de leitura - Grau de Dificuldade III.


Críticas de imprensa

«(...) uma precisão narrativa e uma clareza de estilo
absolutamente admiráveis.»
José Mário Silva, Ler

«Dulce Maria Cardoso, provavelmente a mais importante
escritora da sua geração, publica O Retorno, o primeiro caso sério
de reflexão literária sobre os 500 mil retornados que aterraram
em Portugal em 1975.
Embora a escritora, vinda de Angola, fosse um deles,
isto não é “um ajuste de contas” com o passado.
Mas talvez seja um ajuste de contas com a obra dela.»
José Riço Direitinho, Público

«Há quem a considere uma autora genial. (...) Os seus livros têm tido
mais fortuna fora de Portugal, tanto em edições estrangeiras
como na atribuição de um prémio europeu de literatura.
O quarto romance poderá aproximá-la de um público mais vasto.
Desde logo pelo tema. O Retorno narra a saga dos 600 mil 
portugueses que regressaram de África em situações
dramáticas depois do 25 de Abril.»
Carlos Vaz Marques, Ler


O Retorno de Dulce Maria Cardoso