sábado, 19 de novembro de 2016

PRO MEMÓRIA



Há livros que nos marcam para a vida. Falam de mundos muito diferentes daquele que vivemos mas, estranhamente, falam, sobretudo, de nós e daquilo que nos devora.
Falam até mais profundamente de nós do que outros que, aparentemente, nos estão, geográfica e linguisticamente, mais próximos.
Todos os bons livros são semelhantes, na medida em que são mais verdadeiros do que se tivessem realmente acontecido e, depois de os termos acabado de ler, sentimos que tudo aquilo nos aconteceu a nós e, mais tarde, tudo isso nos pertencerá. " Os grandes livros, por outras palavras, apropriaram-se, antecipadamente, de nós, para que possamos, ulteriormente, apropriarmo-nos nós deles.
Somos a substância deles e eles são a nossa substância. As grandes narrativas dão-nos tudo, mas dão-nos, acima de tudo, uma imensa felicidade ...

Eugénio Lisboa
em JL

Um comentário:

Anônimo disse...

Estou inteiramente em sintonia com a mensagem deste texto. Julgo, que me lembre, nunca ter lido algo tão próximo daquilo que é o meu relacionamento com os livros e sentimentos à volta deles! Simplesmente espectacular...

Aníbal