terça-feira, 7 de junho de 2016

MIA COUTO




Demorei muito tempo para ler, saborear, de uma obra deste grande escritor, talvez tempo demais, mas estou disposto a recuperar o tempo perdido, pois escolhi bem o primeiro, e se já gostava muito dos poemas, e algumas cronicas de jornais, Amei este livro ...
Foi amor quase à primeira frase, primeiro suspiro do capitulo inicial; Tudo nesta história me cativou, a localização, o enredo, uma narrativa sobre uma família, que poderia ser bem a de qualquer pessoa, e mais não digo, pois recomendo todos a ler o livro é de uma beleza profunda, de uma sensibilidade e noção superior do que somos, nós homens e o que representa isto a que chamamos sociedade, qual os seus prós e contras, quem gosta de ler e necessita deste exercício, que nos ajuda a produzir/ concretizar/ sonhos, tem aqui um bom livro, um grande livro.
Obrigado Mia Couto sou um ser mais completo depois desta obra ...
Escolhi e arrastei o fim da leitura deste diamante, para poder saborear bem, acabei de o ler num sitio bonito, mas em que estive sempre a ser interrompido pelos meus filhos, pai isto, pai aquilo, acabei de ler e abracei o livro, depois chamei os meus rebentos e no meio de um parque infantil de Évora, disse-lhes vamos para o carro, ao entrar no carro fui muito duro com eles, dizendo que precisam de dar espaço ao pai, falando do livro, contento as lágrimas de emoção, qual não é o meu espanto, o meu filho mais velho, passados semanas, ouve uma conversa minha com um amigo, interrompe e diz pai estavas a falar do JESUSALÉM ?
Adorei este pequeno gesto ou intervenção, deram-me a certeza que estou a fazer um bom trabalho, com a educação dos meus, pelo menos, sem manuais, como qualquer comum pai, faço o melhor SEMPRE...
O resto é Vida ...

Um comentário:

Anônimo disse...

Sabia que estavas a ler esta, segundo a tua opinião, excelente obra, JESUSALÉM, de um dos maiores escritores contemporâneos, para mim e muitos outros, e que é dos "nossos"; ou seja, luso-africano nascido em Moçambique! Será uma das minhas próximas leituras, com toda a certeza.
Quanto ao meu neto, que é dado como um miúdo irrequieto (ainda bem: sinónimo de vivo e inteligente; nem todos gostam, paciência...), desinteressado e distraído, mas não é tanto assim! Ainda há pouco tempo, estava eu no quarto de banho, com a porta só encostada, a tentar desprender expectoração encravada na garganta (com a velhice, cada vez custa-me mais esta situação; penso que é natural), quando o Tomás me aparece ao lado, a perguntar: "Eras tu que querias vomitar? Estás doente avô?" Claro que o tranquilizei e ele voltou para o quarto, onde estava e continuou a ver os seus "bonecos" no computador e logo apareceu a superatenta Evinha, que se abraçou à minha perna e "cheia de mimos", como habitualmente, pediu-me um beijinho! É evidente que fiquei muito sensibilizado...

Aníbal