quarta-feira, 25 de março de 2009

Cantar cigano

havia um belo cigano a julgar que era o diabo,
que se o diabo fosse nem o teria pensado.
Sempre a fugir de si mesmo,
que o espelho muito engana, quando a grova não é certa
tudo muda tramontana.
Merda nas asas do vento em busca de qualquer quimera,
ora calmo, ora aflito,
sabe lá o que se espera.
-Já não torno à missa a vinhas era tal e qual eu o diabo;
Já não torno à missa a vinhas entre rezas fui julgado.
O sonho de pedra fina remenda o sapato gasto,
nómada fé, clandestina, em calé mede seu rasto.
-Já não torno à missa a vinhas estava lá o diabo,
parecia tal e qual eu vou rezar p'ra outro lado.


Albertina pinela
"Quando não pintar os olhos não vejo coisa nenhuma"

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