segunda-feira, 15 de agosto de 2022

O meu vizinho AUGUSTO CESÁRIO

Começo por dizer que tive muita sorte, tenho um vizinho e sua

rspectiva esposa que são uma maravilha, uma joia, excelentes

pessoas, simples mas com uma humanidade, infelizmente

nos dias de hoje raras.

Augusto é um idoso, de avançada idade casado com Elvira também 

sábia na idade, este meu querido vizinho que amo de morte, e defendo 

até ao fim do mundo, porque é meu amigo, e como tal não existe mal que o 

possa atingir sem me atingir a mim, seu vizinho, primeiro, só por sermos 

vizinhos e amigos.

Este meu grande amigo, vive no rés do chão, e eu no primeiro andar, ambos 

somos da fracção Esquerdo, e partilhamos afinidades com a esquerda a nível 

de politica, mas sem sermos fervorosos apoiantes ou militantes, eu falo por 

mim não me revejo na actualidade com a realidade de nenhum partido.

Nós os dois somos parecidos numa particularidade, gostamos de cantar dentro e fora 

de casa sem vergonha, sem pudor, tentando não incomodar ninguém, mas com a 

segurança de um bom cantor, sem palco, ou plateia, cantamos porque nos sabe bem,

porque somos felizes, e gostamos de ver a felicidade, estampada nos rostos alheios.

Graças ao meu querido vizinho sei alguns cantares alentejanos, e existe um código 

entre nós, um cantar que é meio da autoria de AUGUSTO CESÁRIO, que adoro dizer 

e vislumbrar o sorriso do meu vizinho, que vai mais ou menos assim: 


Quem canta seu mal espanta,

Quem chora seu mal aumenta,

Eu canto para disfarçar 

A paixão que me atormenta …


Tive uma fase da minha vida,

Em que não comia mais,

Porque não tinha,

Hoje, felizmente, não como mais, 

para manter a linha ...


Minha mãe foi pobrezinha, 

Não teve para me dar,

Dava-me beijos às vezes,

Depois punha-se a chorar ...


Minha mãe que bem dançava,

Meu pai era bom cantor,

Eu as duas coisas faço,

Mas não com tanto primor ...



Eu apenas digo as duas primeiras estrofes deste lindo poema,

e sei que vou ter como resposta, um sorriso verdadeiro, é para 

isto que vivo, que respiro, que me alimento e me concretizo, 

o resto pode esperar, já deixou de ter importância.


Pepedrópo








Um comentário:

Anônimo disse...

Aos vizinhos do antigamente que cada vez são mais raros. Tu és diferente, e por isso o teu vizinho também ele antigo tem a sorte de ter um vizinho com os do antigamente
Grande abraço bom amigo!!