domingo, 17 de abril de 2016

DEUS

São insuportáveis as mortes e pretexto de qualquer visão que se tenha de deus.
Não posso entender as razões deste terrorismo senão por uma demência.
A história mostra que as ideias mais dementes podem , em dados momentos, surgir colectivamente, sustentadas por um grupo até alargado de gente, como se, se subitamente, um grupo até alargado de gente adoecesse da mesma causa e acusasse os mesmos sintomas.
O mais revoltante neste erro é que se recorra, uma e outra vez , às razões divinas para se justificar o mais horrendo e terreno dos motivos : o ódio.
Deus, essa figura que tanto se comporta como quem não existe, é perfeito para justificar o injustificável, porque não se defende, não dialoga, não manda corrigir e, na verdade, não castiga.
A castigar, a totalidade da população mundial já teria sucumbido à comissão da enésima injustiça contra o próximo.Todas as apropriações de Deus nos foram um roubo.
Quero dizer, quem profissionaliza Deus acaba por enquadrá-lo num sistema, numa moldura, que nos pretende limitar a sua ideia, definindo-o como uma dada moral perante a qual regramos todas as coisas.
No entanto, ninguém se pode arrogar de saber o que Deus é ou o que Deus quer.
Deus é uma arma demasiado poderosa para se deixar nas mãos dos homens. A existir, o seu anuncio à humanidade tão imperfeita é um convite para uma utilização abusiva.
Quem algum dia puder considerar que encontrou prova da sua existência deve guardar segredo, talvez repartir a fé com os seus, como se reparte o amor, mantendo a intimidade, e nunca desbaratando o seu nome, nunca procurando institucionalizá-lo, pedindo créditos ou satisfações.
Algo da dimensão de Deus só pode acontecer à medida mais forte do amor. Um sentimento mediano e qualquer interesse pessoal levam à corrupção da definição de DEUS.
A evocação do ódio é sempre uma falha humana, de qualquer forma Deus não se explica porque nenhum homem é brilhante o  suficiente para o entender. Aquele que o explica nega-o e ofende-o.
Quem teme a diversidade agustia-se na sua própria covardia. quem impõe padrões para a fé não entendeu que a fé é uma glorificação da liberdade.
Quem mata não entendeu que perdeu completamente a fé, vivem na profunda ausência de espiritualidade.


Valter Hugo Mãe
ao JL

Um comentário:

Anônimo disse...

Espectacular artigo! Ainda bem que tiveste a excelente ideia de o colocares neste espaço. Espero que muito mais pessoas o leiam, o divulguem e até o comentem. Será um óptimo sinal!
Os "profissionais" das religiões, sejam elas quais forem, é que se sentirão pouco confortáveis ao tomarem conhecimento deste texto.
Muito bom e a não perder...

Aníbal Pedreira