domingo, 30 de junho de 2013

MIA COUTO Prémio Camões 2013

Tudo o que tenho não tem posse:
o rio e suas ocultas fontes,
a nuvem grávida de Novembro,
o desaguar de um riso em tua boca.

Só me pertence o que não abraço.
Eis como eterno me condeno:
amo o que não tem despedida

MIA COUTO

Nem sempre leio, nem sempre gosto. Os artigos longos, palavrosos nem sempre convidam.
Mas o JL nem precisa de ser sempre bom. Tenho-o como um amigo de quem não se espera sempre o mais certo. Desses que sabemos o valor porque é único. e estamos prontos para o defender contra a possibilidade que ele se vá, extinto na maré das coisas efémeras.
O JL é, assim, um quase milagre, contrariando o tempo e os tempos .

MIA COUTO
JL


AUTO-RETRATO
O gato e o novelo

Sou um escritor africano de raça branca. Este seria o primeiro traço de uma apresentação  de mim mesmo. Escolho estas condições - a de africano e de descendente de europeus - para definir logo à partida a condição de potencial conflito de culturas que transporto. Que se vai " resolvendo " por mestiçagens sucessivas, assimilações e trocas permanentes. Como outros brancos nascidos e criados em África, sou um  ser de fronteira .

MIA COUTO
JL

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